Friday, April 14, 2006

Os Serviços Sociais da GNR e os privilégios feudais dos srs. oficiais e familiares




As casas de Veraneio
Li na revista da APG que esta Associação se indispôs contra a diferenciação de classes profissionais na atribuição das casas de veraneio dos Serviços Sociais da GNR. Parece que há casas só para os srs. oficiais (as mais bem localizadas e com melhores condições) e depois as outras, percentualmente em muito menor número, para o resto da maralha. Estas já podem cheirar a bafio, terem as paredes por pintar, não serem limpas, mobília a desfazer-se, etc., etc.. São para a "plebe", para a classe "baixa", servem perfeitamente, devem pensar os ditos srs. oficiais, último reduto do espírito feudal na Europa.
Realmente, se somos todos associados ( obrigatoriamente, diga-se), se é um serviço social, não se percebe para que há esta divisão de "castas", estes privilégios absurdos e diga-se: ofensivos.

O Encontro Nacional dos associados dos Serviços Sociais e familiares
No sentido de promover o convívio entre a "família" da Guarda, a direcção dos serviços sociais realizou um bem organizado convívio com comes e bebes, desportos radicais, jogos vários e animação, no parque de campismo da Costa da Caparica.
Foi um convívio alegre com muita criançada e "graudos" a confraternizar.Nada a opor. Não fossem os Srs. Oficiais, que, como sempre, estragaram tudo. Desta vez, caindo no ridículo.

Que andaria o sr. general Comandante Geral, e uma trupe de séquitos oficiais, a fazer uniformizados num tipo de confraternização como esta?!!! Era para os nossas esposas e filhos saberem que eles eram os chefes, que eram eles que mandavam?! Simplesmente ridículo!

O meu amigo Castanheira é praça da GNR, mas, vejam lá bem srs. oficiais, a esposa é doutorada e dá aulas numa universidade (coisa impensável e casamento não autorizado, quando os senhores dispunham desse poder). Os ditos chegaram um pouco atrasados e aos empurrões lá andaram de prato de plástico na mão de volta dos assadores. Nada a dizer, era muita gente e compreendia-se.
O meu amigo Castanheira, que já conhece a oficialada de ginjeira, já tinha reparado num conjunto de mesas separado por uma espécie de cerca onde, refastelados, os senhores oficiais e as suas mulheres (mais "finas" que as demais) e os seus filhos (mais "bonitos e engraçadinhos" que os demais) almoçavam servidos com todo o requinte, mas nada disse à esposa, claro está. Ela não gosta de se sentir superior, mas também não gosta de se sentir inferior. Os senhores oficiais dignavam-se a participar no convívio com a "maralha", mas à parte e com superioridade claro está.
No fim da refeição, a mulher do meu amigo Castanheira, a tal que é professora universitária, mas que não foi à tropa e não conhece os postos, viu estarem a servir café dentro da "cerca" dos oficiais e logo para lá se dirigiu: - Vou buscar dois cafés - disse. Passado momentos voltava de mãos a abanar e enervada. Não lhe serviam café porque era só para os senhores oficiais e familiares, que tinham de ir ao bar geral, não sei onde, mas afastado do local da refeição.

Senhores oficiais e senhor director dos S.S. da GNR, será que não têm VERGONHA! Se não sabem viver numa sociedade democrática e usarem igualitariamente uns serviços que se dizem Sociais, fiquem na sala de oficiais dos quartéis ou vão confraternizar para um restaurante, que muitos há por este país.

A Saúde com Hierarquias
Todos nós, o que já cá andamos há uns anitos, fomos ultrapassados por um sr. oficial na Reforma ou no Activo quando estamos à espera de consulta num dos centros clínicos da Guarda. Uma vez, fui a uma consulta ao Hospital Militar, o médico era um coronel, e tratava-me de "pá para aqui, pá para ali. Vais tomar isto, vais tomar aquilo, ouviste, pá?! "Senti-me como na recruta do SMO, e nunca mais lá apareci. Aliás, como tenho a possibilidade de ir a médicos fora dos centros clínicos da Guarda, sem postos nem hierarquias na saúde e onde sou tratado como qualquer outra pessoa, nunca lá vou, salvo quando sou obrigado.

Dizem que as juntas médicas, eu nunca fui a nenhuma, são uma vergonha. O infeliz doente, fardado, a responder a perguntas sobre saúde a oficiais de "cavalaria", que do assunto nada percebem. Claro, mais um "tacho".
Não diz a CRP que somos todos iguais perante a lei e com os mesmos direitos, inclusive no acesso à saúde. Então para que há postos e hierarquias na assistência à doença da GNR. Por exemplo, os cartões da ADSE e da Segurança Social têm apenas inscrito que o titular é beneficiário. Não que o titular é da classe de beneficiários "A" ," B" ou "C". Agora, que foram renovados todos os cartões da ADMG, tinha sido uma oportunidade de ouro para acabar com mais este feudalismo hierárquico na GNR.
É o Estado que financia a ADMG. Se os senhores oficiais querem ser tratados com distinção, que façam um seguro de saúde e vão para as clínicas privadas, que muita há por este país.
Disse.

19 comments:

Anonymous said...

Ai Ai, se fossemos a colocar todos os abusos que há por aí, desde o 2º Comandante do Grupo de Sintra ter direito a uma viatura para o ie buscar à estação, porque não pode andar 600 metros a pé como os demais praças, sargentos oficiais e até um outro oficial superior em serviço naquele grupo.
E o pior, quando não há viatura para ia às ocorrências tem de haver um militar e uma viatura para buscar sua execlência, é gritante.

Anonymous said...

Isto só é assim porque vocês, os "militares" da Guarda assim o deixam!!!! tenho familiares na Guarda e de quando em vêz passo por lá, para os cumprimentar. Sou então convidado a ir ao bar tomar um café. Até aqui tudo bem, mas o mais caricato, é que estão lá dois ou três "militares" da Guarda a servir cafés!!!!! mas então estes homen são o quê? "militares" da Guarda ? ou baristas? barman? empregados de mesa? mas há mais, também sei que os cozinheiros são "militares" da Guarda!!! mas pior ainda, é que a messe de oficiais ga Guarda tem lá uns tantos "militares" da Guarda a servir esses senhores!!!!!!!! Os "militares" da Guarda fazem tanta falta na rua!!!! mas fiquei a compreender porque é que os postos da Guarda não têm pessoal, estão todos a servir à mesa!!!!! e eu a pagar os meus impostos para isto!!!! Quando coloco militares entre comas, é para expressar a minha total discordancia do facto de uma força policial ser militar. Não faz sentido nenhum. Faz ainda menos sentido que num país tão pequeno haja tantas policias. Mas enfim! é o país que somos, pequeno, atrasado e pobre!!!!

Anonymous said...

E os "militares" da Guarda que estão a servir cafés nos gabinetes ministeriais? E com dois vencimentos? Um da Guarda e outro do Governo. Parecem os políticos reformados! Depois faltam na patrulha!

Anonymous said...

BEM FEITO......
Os praças só tem o que merecem, por isso são praças. O praça na GNR é o que mais graxa dá. Porquê? Porque há muito tacho.Se, andassem todos na actividade operacional não tinham tempo para a graxa e nem sequer para coçar os TOMATES!
(praça revoltado)

Anonymous said...

soldados: Consultem o blog da ASPIG. aspigcentro.blogspot.com

Anonymous said...

Desculpem...

Mas estamos a ser muito asnos.

Então os senhores não vêm que este Blog é uma armadilha.
Montada pelos seguidores e afins da APG do senhor Men-ageiro (conservador Comunistela) para caçar tolos.
Tentando nos distrair com assuntos rebatidos e decalcados no site da Associação de Pregadores de Galgas.
Tudo isto para distrair o pessoal.
Meus amigos é a contra informação a funcionar em pleno.
Pensem lá porque é que este e outros blogs surgiram. Vejam as datas da sua criação.

Não se deixem enganar.

Voltem-se para coisas sérias e Blogs de interesse, os quais sejam lidos por pessoas que tutelam a GNR.
O resto são desbafos .

Nada mais.


Em defesa do que deve ser de todos, mas não o é.


Gabriel ( o pensador)

Anonymous said...

Será que na Guarda só existem os vilãos (OFICIAIS) de um lado e os santos (Praças) do outro? Será que os oficiais são de geração espontânea? Será que não rondam? Não planeiam? Não estão sempre prontos a cobrir as asneiras dos militares subordinados? Não acredito que que o não façam. Sejamos honestos nas críticas.Com estes blogues como se querem impor ao público? As misérias são para serem tratadas dentro de casa. Não será?

Anonymous said...

Ó meu Picachouriços,acabei de ler alguns dos seus comentários,só me apetece abrir a boca ao saco e despejar tudo cá para fora,pois não consigo esquecer aquele maldito mês de Outubro do ano 1993 de quando o então 1º.Ministro Cavaco Silva,o então Ministro do MAI Dias Loureiro e o então Comandante Geral da nossa Briosa Guarda Fiscal General Hugo dos Santos, ( o homem que utilizava as viaturas da G.F.,para serviços alheios à corporação) este também nos saíu melhor que as encomendas) estinguiram a Guarda Fiscal e nos atiraram sem o mínimo de respeito e dignidade para um Comando de abutres esfomeados por mão de obra gratuita,nunca aderi a este tipo de trabalho por isso, sempre fui penalizado e,como todos sabemos nessa altura quando o militar ( soldado)atingia a idade de reforma,tinha que ser proposto pelo sr comandante do Grupo para a promoção ao posto de cabo,mas como eu nunca fui trabalhar para a quinta deste senhor,ele simplesmente não fez a proposta ao CG para a minha promoção,assim que também sofri na pele a arrogância, a prepotência e descriminação de um comandante de destacamento e de grupo.Mas o insuportável militarismo que este indivíduo (eu não lhe chamo senhor porque ele não merece que um Guarda Fiscal,reformado o trate como tal)impunha aos ex-Guardas Fiscais era imprecionante. E tal como diz o Anonymous said...este era igual,se a mulher podedia não haver combustível para a viatura de serviço aos subúrbios da cidade,mas para a esposa e filhos deste indivíduo aí ja havia um veículo quase diário disponível.e muitas coisas mais que ficam para o meu proximo comentário,temos que os ir desmascarando dando a conhecer à sociedade civil o que é a burocracia eo propotente FACISMO de muitos senhores oficiais da Guarda.Oficiais e não só,tambem há alguns sarjolas que pensam que são reis e senhores. Um abraço do Picachouriços JR

Anonymous said...

Desabafo de um "Guarda"...

Os novos muros de "Berlim".

Nos anos 80 fui colocado numa "velha" companhia da raia terrestre alentejana da, então, muito prestigiada Guarda Fiscal - comparando, claro está, com a, então, mais que obsoleta GNR, que ainda andava de mauser, camisa verde exército, e polainas - O refeitório dessa companhia era uma sala ampla de tectos altos e trabalhados, com grandes janelas donde se podia observar, enquanto comíamos, a bela planíce alentejana.
A comida era óptima, bem confeccionada, e a sala cheirava a "asseio". Nas paredes, havia umas reproduções de uns quadros de alguns pintores portugueses. Recordo apenas o nome de um desses artistas, a já falecida Vieira da Silva e no seu quadro constava o seguinte dizer. " A POESIA ESTÁ NA RUA", numa clara alusão à revolução dos Cravos.
Nessa messe alentejana almoçava o nosso capitão, comandante de companhia, os sargentos e os guardas. Normalmente o capitão almoçava numa das mesas redondas com alguns sargentos e o cabo mais velho, outras vezes juntavam-se também a mulher ou filhos dos ditos que com eles almoçavam.
Nós, os guardas, almoçávamos nas outras mesas na companhia dos outros sargentos e, casualmente, com alguns dos nossos familiares.
Com o devido respeito, dentro do horário e de acordo com o serviço a desempenhar, cada um almoçava livremente sem ter que andar a pedir "licenças" para iniciar a refeição. etc.etc.
No tempo das férias escolares era costume haver bastantes miudos, nossos filhos, a almoçar. O cabo responsável da messe colocava-os todos numa mesa. Era os filhos do capitão, eram os dos sargentos, eram os dos guardas, todos almoçavam juntos e por ali passavam as tardes na brincadeira.

1993: Extinção da Guarda Fiscal

No início de 1994, com alguma admiração, vimos começar a levantar-se um muro de tijolo na velha messe. Segundo se dizia, por obrigação do comando da GNR o Comandante de Companhia teria de fazer as suas refeições separado do resto do efectivo. E assim foi, o novo CMDT passou a comer isolado ou na companhia da esposa/filhos ou amigos. Os filhos do sr. tenente já não almoçavam com os filhos dos guardas e dos sargentos.
2008 é extinta a Brigada Fiscal e as instalações passam para o dispositivo territorial, sem o desejar transito também para o territorial.
Janeiro de 2010, por pressão dos sargentos, novo muro de tijolo se levanta na velha messe única dos guardas fiscais. Estava criada a messe para meia dúzia de sargentos.
Quando vi a minha filha, de tabuleiro na mão, parada no meio da sala dos guardas a observar, pela porta aberta da messe do oficial, demoradamente, o Pires "cozinheiro" a servir a sopa à filha do sr. capitão, que por acaso até anda na mesma universidade (Évora) que a minha rapariga, senti-me envergonhado, primeiro, enjoado, depois.
Nunca mais, mesmo de serviço, comi naquela messe. Nem nunca mais a milnha filha entrou naquele quartel.
Nada mais humilhante que vermos os nossos filhos segregados como práticamente, já só acontece na GNR.
Ironia do destino: uma Guarda que foi criada para defender os valores republicanos da Igualdade, Fraternidade e Liberdade, mas que ainda espelha bem a velha sociaedade medieval.

Texto retirado da blogosfera, link:

http://pormaioriaderazao.blogspot.com/2010/06/desabafo-de-um-guarda.html

Anonymous said...

Há guardas idosos a morrer sozinhos em casa

Anonymous said...

isso é que são os verdadeiros problemas...

Anonymous said...

E lamentavelmente continuamos mensalmente a descontar para os srviços sociais ! E SE TODOS DESISTISSEM DOS SERVIÇOS SOCIAIS?

Anonymous said...

Muito eu aqui escreveria, meus amigos muitos muitos sabe quem sou, fui sempre dos mais críticos,e por ser picachouriços, não fui a cabo chefe. Digo mais o cabo santos só acabou com a GF, para ficar com a fortuna da mesma, como as casas de veraneio, uma autêntica fortuna.Por último, tudo o que se passa no seio da instituição é culpa da classe das praças, (oferta de senhoras)

Anonymous said...

Temos aldeias no interior do país que daqui a uma década só tem e ciganos e gnrs. Os ciganos é com carros a cair aos bocados sem quaisquer condições de circulação carregados de ciganada, tudo bem o Zé que andou no duro todo o dia falta-lhe um pisca, lá se vai a semanada, existem coisas vergonhosas nesta sociedade á qual pertenci.

Anonymous said...

Relativamente à distribuição das casas de veraneio, antes de difamar seja quem for, consultem o respetivo regulamento e verifiquem que todas as casas a concurso todos os anos rodam por todas as classes ou postos; isto é: as que este ano são exclusivamente para oficiais, no próximo serão para sargentos ou guardas e assim sucessivamente; além disso ainda há um numero que é atribuído a todas em simultâneo. Toda a gente sabe isto! Porquuê então esta permenente má lingua e ressabiamento? Porquê continuarem a ver o mundo a preto e branco? de um lado os impolutos (guardas) e do outro os verdugos oficiais e sargentos).
Todos nós sabemos que esta visão,mesmo na Guarda, está muito longe da realidade, feliz ou infelizmente.

Anonymous said...

A verdade é dura e crua, a GNR tem a nobreza, o clero e o povo, divide-se para reinar.
As discrepâncias no vencimento e horário de serviço variam escândalosamente entre as classes e o serviço (especialidade) desempenhado. Os congelamentos na carreira são para os níveis remuneratórios, porque as promoções continuam,oficiais e sargentos + cedo ou + tarde são promovidos e acabam por ver o ordenado base aumentar substancialmente, enquanto as promoções de praças desesperam com + anos de atraso e sem retroactivos. O efectivo dividido entre tascas e taquinhas pelo país fora,diferenciado por especialidades,uns podem fazer menos horas diárias e ter + folgas, e receberem o mesmo ou até + que outro no mesmo posto e nivel, apenas porque são "especiais de corrida" ou servem cafés no bar de praças...
Sem um horário de referência, as injustiças e o planeamento até da própria vida privada de cada um, ficam à mercê de quem manda pode e quem deve obedece.

Anonymous said...

Relativamente à diferenciação entre as classes de Oficiais, Sargentos e Guardas, até me admiro como é que ainda não se lembraram de criar uma messe para Cabos de Curso.
Já tudo manda e caga no pobre do "Guarda" mas a verdade é que é ela a imagem da Guarda.
Enquanto um Capitão ganha mais de 2000€ para estar atrás de uma secretária, há Guardas a ganhar pouco mais de 900€ para fazer frente qualquer pulha que possa comprometer a ordem pública e segurança de qualquer um de nós.

Viva as quintas e os quintais que os lavradores são sempre os mesmos.

Anonymous said...

Infelizmente é o que temos, e vamos continuar a ter por muitos e longos anos, cada vez pior!Actualmente vejo “rapaziada nova” a querer ficar no sitio onde antigamente poucos queriam ficar devido ao trato a que eram sujeitos, tudo porque tem melhor horário e exercício faz parte do dia a dia. Cultura! Só no Facebook, humanidade e humildade.... nem vê- la, ou muito raramente! Depois como já tive a oportunidade de constatar entram nos cursos de cabos e sargentos com notas miseráveis, porque os “patinhos feios” quem anda na patrulha e tem vida familiar, raramente se prepara bem culturalmente, muito menos fisicamente, conseguindo mesmo assim, devido ao dia a dia metido em problemas e ameaças do cmdt, consegue tirar melhores notas, ficando posteriormente pelo caminho na parte física, etc. Mais tarde esses “patinhos bonitos” vem para os postos, cheios de razão que tem curso não sei de quê e não sei de quem.
Num passado recente tive a oportunidade de ver uma dessas cenas com um senhor cabo de curso que dizia para outro recém “encursado” para falar com ele em particular pois não queria ter aquele tipo de conversa ao lado das praças...
vendo isto comecei a ver que o barco esta a afundar, e pior que tudo, estão a inutilizar os que provavelmente trariam soluções...

Benjamim Pereira " Pedregal " said...

Bem hajam por trazer estas injustiças